terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Não devemos nada a você


Foi lançado no Brasil o livro Não Devemos Nada a Você, pela Edições Ideal. Essa editora é a mesma que lançou os livros do Nene Altro e Una Gira En Sudamerica - Com o Conjunto de Música Rock Merda, de Mozine. O livro reúne mais de trinta entrevistas publicadas na revista americana Punk Planet. Leia abaixo um breve release escrito por Ricardo Tibiu sobre o livro, retirado do site da editora.

Não Devemos Nada A Você


O primeiro lançamento internacional da Edições Ideal é “Não Devemos Nada A Você – Punk Planet: Coletânea de Entrevistas”. O livro saiu originalmente em 2001, via Akashic Books, sendo reeditado em 2007 com material bônus. A antologia reúne 30 entrevistas publicadas na revista americana Punk Planet entre 1997 e 2007 com nomes seminais que ajudaram a mudar a história da música independente. Entre eles, Ian MacKaye (Fugazi, Dischord), Jello Biafra (Dead Kennedys), Thurston Moore (Sonic Youth) e Kathleen Hanna (Bikini Kill, Le Tigre). De Hüsker Dü, Jawbreaker e Sleater-Kinney a The Gossip, Los Crudos e Shelter, fica clara a diversidade que cabe dentro do punk. Há ainda os que se expressam por meio do Do It Yourself através de outras formas de artes – gráficas (Winston Smith, Art Chantry), visuais (Jem Cohen, Miranda July) – ou ativistas políticos, entre eles Fat Mike e seu Punkvoter. Destaque para uma conversa bombástica com os membros do Black Flag!

The Runaways Trailer



Trailer do filme sobre as Runaways a ser lançado em março de 2010. O filme é dirigido por Floria Sigismondi, que produziu vídeos para o White Stripes, David Bowie, Interpol e The Cure. No filme Joan Jett será interpretada pela "garota Crepúsculo" Kristen Stewart. Ainda estão no elenco Dakota Fanning como Cherrie, Alessandra Torresani como Lita Ford e Stella Maeve de Sandy, com a própria Joan Jett exercendo a função de produtora executiva. Será que depois desse filme rola um "reunion"?

Agenda - Mossoró (RN) e Fortaleza




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Dobradinha power pop com The Beat

Já tive a oportunidade de falar brevemente aqui do The Beat, mas agora trago dois vídeos de músicas referentes ao seu único álbum (1979). A dobradinha power pop começa com Rock n roll girl, vídeo de alguma exibição na tv de cerca de 1980 e segue com outra apresentação, dessa vez tocando Don't wait up for me. O vocalista Paul Collins começou tocando bateria e cantando no breve The Nerves, responsáveis por Hanging on the Telephone (1976), pertecente ao único registro da banda, mais conhecida na versão posterior do Blondie. Com o fim do The Beat, Paul montou a Paul Collin's Band e posteriormente o Paul Collins and The Yum Yums.



sábado, 12 de dezembro de 2009

The Go - Single (Titlewave Productions, 1980)


Atendendo ao pedido do leitor Mauríco Knevitz, de Porto Alegre, segue ai o single de 1980 dos novaiorquinos The Go. O single foi o único lançamento da banda enquanto ainda estava na ativa. Fãs de Ramones, mas com uma sensibilidade mais power pop, o single resume bem a sonoridade do grupo. The Go era formado por Kenny Dutch (guitars/vocal), Tom Conte(guitars/vocal), George Peters (bass/vocals), Joe Brya (drums/percussion). Depois de passados vinte anos dois selos lançaram material inédito da banda. Para mais informações sobre o grupo ler postagem abaixo ou acessar o site oficial http://thego80.com/.







The Go - Single (Titlewave Productions, 1980)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dr. Feelgood - She does it right (1975)



Dr. Feelgood tocando She Does it Right na TV em 1975. Essa guitarrinha é muito gostosa de escutar, um exemplo do R&B duro e seco do pub rock inglês. Observando a platéia parece que em 75 as pessoas estavam deixando de se parecerem com hippies e ficando mais parecidas com atores de pornôchanchada.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Obscure Power Pop & Punk Rock



Fast Cars é uma banda do final dos anos 70, original de Manchester, que acabou no começo dos 80. Eles acompanharam o The Jam em turnês e tocaram com XTC, The Buzzcocks, Joy Division, The Fall e The Rezillos, só gente boa que deveria se esforçar para manter o mesmo nível de energia que o Fast Cars esbanjava nas suas apresentações. Ao que parece lançaram apenas um single, que hoje vale a bagatela de 150,00 libras no mercado de colecionadores de power pop. Para fazer a alegria dos mortais a Detour Records, especializada em reedições de power pop, trouxe da obscuridade, além do single, várias músicas nunca antes lançadas e colocaram no mercado um cd/LP com 17 faixas chamado "Coming... Ready or Not" em 2001. Se você entende daquela energia pop em alta voltagem dos Buzzcocks você irá gostar do Fast Cars.



The Go foi uma banda novaiorquina original do subúrbio de Yonkers surgida no meio daquela explosão power pop do final dos 70 e começo dos 80. Fizeram sua primeira apresentação no lendário CBGB'S. Na ativa lançaram apenas um ep com quatro sons, dos quais um deles é "Instant Reaction" que você confere nesse vídeo de 1980. Esse ano é também a data de gravação e lançamento do ep, prensado em apenas 1.000 cópias pela Titlewave Productions. O ep foi produzido por Rob Freeman, o mesmo cara que produziu o primeiro dos Ramones e os dois primeiros do Blondie. Em 2004 o selo japônes Wizzard In Vinyl lançou um cd contendo o ep mais 17 outras faixas. Em 2006 o selo italiano Rave Up Records lançou também um LP resgatando a obra do The Go.



Esse vídeo é uma apresentação do The Rattlers tocando "On the Beach" no programa de TV The Uncle Floyd Show. Uma curiosidade sobre a banda é que ela conta com o irmão de Joey Ramone nos vacais e guitarra. Confira o vídeo e perceba o tom de voz bem parecido com o do irmão.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Punk galego e Power pop britânico



Novedades Carminha é uma banda da região da Galiza, pertecente a administração do Estado espanhol, apesar da cultura e lingua diferenciada. O grupo lançou uma demo cassete no ano passado com o nome de "Grandes Éxitos". Participaram da compilação Matado por la Muerte e esse ano lançaram seu primeiro LP com o nome de "Te Vas con Cualquiera" pelo selo espanhol Bowery Records. Aqui você confere o clip de "Yo no Uso Codón", canção do recente LP.




The Fans é uma banda inglesa, de Briston, do final dos anos 70. A música que você confere aqui no vídeo é do seu primeiro single, lançado em 1979 pela Fried Egg Records. Power Pop dos bons.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Intensivo de Texas Punk


Há dez anos atrás eu não tinha a oportunidade de escutar tantos "discos" quanto eu escuto hoje. E isso é graças a Web e aos inúmers blogs de download. Se por um lado tanta informação lhe possibilita alargar quase ao limite suas possibilidades de conhecimento, por outro lado tanta informação leva ao limite sua capacidade de compreenção. Comprometendo a apreciação devida que um disco merece. Porque no final das contas você pode estar se enganando, pensando que é um viciado em música quando na verdade é um viciado em download. Já não bastasse a má qualidade de muitas mp3's, estamos se tornando também ouvintes de má qualidade, pessoas que só escutam música se o computador estiver ligado. No mais a regra de ouro é moderação. Não baixe tantos discos se você não vai poder escutar nem a metade deles. Muita informação e pouca assimilação, é assim que esta se formando toda uma geração de "ouvintes" de música. Como lidar então com tanta informação? Eu divido e compartimento por estilos, períodos e países. Se temos a oportunidade de escutarmos mais discos do que há dez anos atrás então vamos aproveitar essa oportunidade de maneira mais racional e menos impulsiva e cega. É por isso que apresento aqui esse intensivo de texas punk do período, mais ou menos, de 78 a 83. Os discos foram compilados num post do blog texano The Real Nitty Gritty. Se você só conhecia Big Boys e Dicks agora poderá escutar nomes como Vomit Pigs, AK-47 e Plastic Dolls, entre outros heróis da obscuridade. Entre os discos estão a clássica compilação Bloodstains Across Texas, lançada em LP em 1992 e outras coletâneas menos conhecidas, como Texas Punk Singles vol. 1 e 2, E.S.R - Are We Too Late For The Trend, lançado originalmente em 1979, Tales From The Edge vol. 5 e 6, compilados em um único cd e a breve Sacred Cattle. Visitem:
The Real Nitty Gritty

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Los Reactors - Dead in the Suburbs (Rip Off, 2004)

Los Reactors é um daqueles segredinhos preciosos do punk rock. Desconhecido de muitos e que faz despertar a curiosidade de colecionadores, sempre atrás de mais um registro esquecido em algum rolo velho ou fita cassete mofada. Apesar do artigo em espanhol, a banda é americana, especificamente de Tulsa (Oklahoma). Sua discografia oficial se resume a dois singles, Dead in the Suburbs (1981) e Be a Zombie (1982), ambos lançados pela Cynykl Records. Na época eles foram bem recebidos nas collage rádios, e demais rádios independentes do começo dos 80, e possuíam certa quantidade de fãs na sua região. Contudo, depois o grupo caiu no esquecimento. Deixando para a posterioridade apenas seus dois compactos. Nos anos seguintes o grupo aparece em coletâneas piratas dedicadas à bandas obscuras. Surgem no centésimo volume da Killed by Death com as músicas Dead in the Suburbs e Laboratory Baby, ambas dos singles originais dos anos 80. O interesse pelos Reactors aumenta com o tempo e os curiosos queriam saber se existia algo além dos dois compactos. Em 1995 a Righteous Death Records vem saciar um pouco essa curiosidade e lança uma cassete, chamada Best of, com material inédito do grupo. A fita continha gravações ao vivo e de ensaios do grupo, inclusive com músicas até então inéditas. No ano 2000 o selo italiano Rave Up Records lança um LP contendo os dois compactos do grupo mais uma seleção das performances ao vivo contidas na fita Best of. Em 2004 a gravadora californiana Rip Off Records relançou em cd o material compilado pela Rave up em vinil. O disco levou o nome de Dead in the Suburbs, contendo ainda um vídeo com uma rara apresentação do grupo. Esse vídeo pode ser hoje visto facilmente no youtube. O que ressalta ainda mais a personalidade dos Reactors é seu teclado. Mas esqueça a sonoridade do garage rock sessentista ou seu revival, isso aqui está mais para uma espécie de new wave punk paranóica, que marca todo o percurso da canção Culture Shock. Essa música tem algo daquela tensão dos Screamers, tem algo de apocalíptico e desesperado, tem algo de Search & Destroy! Outros grupos também foram felizes na utilização de teclados, como os ingleses do Strangles. Em 2005 o grupo se reuniu para shows em sua cidade natal e em Nova Iorque, com planos de mais algumas apresentações para o futuro. E recentemente lançaram um dvd com essas apresentações, chamado Alive in the City que trás o grupo executando músicas nunca antes lançadas em cd, LP ou cassete. A criatividade dos Reactors fez com que sua música despertasse o interesse de outras gerações pelo seu legado. Bandas mais recentes como The Briefs tocaram em seus shows músicas como Dead in the Suburbs, provando a vitalidade da música dos Reactors.

Los Reactors - Dead in the Suburbs (Rip Off Records, 2004)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

V.A No New York (Antilles, 1978)

O punk rock foi um dos mais influentes acontecimentos na música pop. Você pode constatar isso através dos inúmeros subgêneros desencadeados a partir dele. Chamaram o que veio antes dele de proto punk e o que veio depois de post punk. As possibilidades que ele abriu, ou, reabriu, deram margem tanto ao pop da new wave como ao art rock do post punk. No entanto nem todas as manifestações derivadas a partir do punk do final dos anos 70 ganharam a visibilidade do post punk ou da new wave. Entre elas está a mais barulhenta e angular música proveniente de Nova Iorque. Estou falando da No Wave. Se a new wave era o filho radiofônico bastardo do punk e o post punk seu filho da escola de arte, o pessoal da no wave estava interessado, acima de tudo, em barulho. Assim como o post punk ele continha um ar avant garde e o gosto pela desconstrução de melodias e por sonoridades atônais. Mas tudo isso envolto em camadas de barulho. A raiva, a agressividade e o tom de confronto, tão característicos do punk, não foram deixados de lado. Basta constatar a maneira própria de James Chance cantar ou como o DNA se expressa. Uma das formações iniciais da no wave foi o Teenage Jesus and the Jerks, com a front woman, guitarrista e vocalista, Lydia Lunch. James Chance chegou a tocar seu sax desconstruído com eles, mas logo formou seu The Contortions. No entanto, a parceria está registrada num ep de 1979, chamado Pre Teenage Jesus, um raro momento de simbiose das duas figuras mais representativas da no wave. A compilação No New York, foi idéia de Brian Eno. Ele queria registar em um disco aquela cena experimental e barulhenta que se concentrava no East Village. Foi tentar convencer a Island Records para lança-la. E em 1978 sai pela subsidiária Antilles o disco com o Tennage Jesus, DNA, James Chance and The Contortions e Mars. Um registro fresquinho, vide o ano de lançamento. Alguns importantes nomes como o Theoretical Girls, de Glenn Branca, ficaram de fora. Mas mesmo assim ela consegue registar aquele curto período de ebulição experimental e agressiva que foi a no wave. Apesar de vida curta e, para alguns, de difícil digestão, a no wave deixou sua marca no espectro do rock alternativo. Thurston Moore e Lee Renaldo tocaram com Glenn Branca, que foi um dos mentores do pessoal que criou EVOL. Provavelmente sem a no wave não existiria o Sonic Youth.

track list

A1 Contortions - Dish It Out
A2 Contortions - Flip Your Face
A3 Contortions - Jaded
A4 Contortions - I Can't Stand Myself
A5 Teenage Jesus and The Jerks - Burning Rubber
A6 Teenage Jesus and The Jerks - The Closet
A7 Teenage Jesus and The Jerks - Red Alert
A8 Teenage Jesus and The Jerks - I Woke Up
B1 Mars - Helen Fordsdale
B2 Mars - Hairwaves
B3 Mars - Tunnel
B4 Mars - Puerto Rican Ghost
B5 D.N.A. - Egomaniac's Kiss
B6 D.N.A. - Lionel
B7 D.N.A. - Not Moving
B8 D.N.A. - Size

V.A No New York (Antilles, 1978)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

De Hoje Haele (2009)



Me deparei essa semana com esses jovens dinamarqueses. Eles são o De Hoje Haele. Por mais que esse nome lhe faça lembrar algo em nosso idioma, não esqueça que isso é dinamarquês. Tem gente que diz que soam como o Redd Kross de "Born Innocent" e resgatam o Kalemaris, "proto punks" da Dinamarca. Exageros a parte, se eu fosse dizer com o que se parece, diria que é um killed by death punk com direcionamento power pop e uma certa sensilidade garageira. Eles lançaram duas cassetes, um ep em 150 cópias e depois o reprenssaram em mais 300 unidades. Esse vídeo é de um show em Berlin em abril desse ano. A primeira música é Sige Hej, que não tenho a mínima idéia do que significa, mas é ótima, muito boa até. Adoro a sonoridade dessa guitarra. Nesse momento eles estão fazendo uma turnê pelos EUA. O som você confere no myspace da banda.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Som da Kombi 73 Podcast

Quem acompanhava o blog O Som da Kombi 73 sabia o que rolava por lá. Desde o garage norte-americano clássico do Seeds até garagem japonesa (Carnabeats), europeu (Los Brincos) do Paquistão (The Mods) e a nossa garagem brasileira. Agora o Cláudio Cox, autor do blog, está compartilhando sua discoteca e seu conhecimento através do podcast O Som da Kombi 73. Até agora já foram 5 programas, com a mesma variedade geográfica contida no blog. E a locução do Cláudio é um show a parte. Não deixe de escutar e de conhecer um pouco mais do rock de garagem, o primeiro tipo de rock a receber a denominação de punk rock, ainda nos anos 60.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Podcast Lixo Jovem online









Enquanto o segundo programa não fica pronto, escute o Podcast Lixo Jovem #1 agora online. Caso queira fazer o download dele vá na coluna esquerda do blog e acesse lá. Ele também pode ser baixado no PodOmatic

Jay Reatard - It Ain't Gonna Save Me (2009)



Com seu som pop garage punk rock Jay Reatard vai dando cara própria à sua música. Essa canção é do novo álbum Wacht me Fall, lançado esse ano pela Matador Records. Ele sucede Blood Visions de 2006 e outros 11 singles publicados entre 2007 e 2008. Lançou também um split com o Sonic Youth nesse ano pela mesma Matador. O jovem Jimmy Lee Lindsay, seu nome verdadeiro, natural de Menphis (Tennessee), é bastante prolífico. Entre 1998 e 2006 participou de seis bandas diferentes, totalizando 43 lançamentos, entre singles e Lps. The Reatards foi seu primeiro grupo, com o qual lançou o lp Teenage Hate em 1998 pela sua conterrânea Goner Records. De lá pra cá até sua "carreira solo", como Jay Reatard, já tocou de tudo. Desde o garage punk a la Oblivians dos Retardados até experimentalismos synth punk no The Lost Sounds. Jay reatard parece ser mesmo sinônimo de hiperatividade.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Agenda



Dia 12/09 (Sábado)
Ing:5 reais
Hr: 22:00h
Info:8047712

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Rádio Rotina - canções que alegram meu dia e arruinam meus estudos

Hits da semana ou canções que fazem meu dia feliz, mas arruinam meus estudos

1. Los Reactors - Culture Shock (1981)

Los Reactors é um daqueles segredinhos preciosos do punk rock. Apesar do artigo em espanhol, a banda é americana, especificamente de Tulsa (Oklahoma). Sua discografia oficial se resume a dois singles, Dead in the Suburbs (1981) e Be a Zombie (1982). Parece que eles foram bem recebidos nas collage radios e demais rádios independentes no começo dos 80 e possuiam uma certa quantidade de fãs na sua região. Mas depois caiu no esquecimento. A banda aparece no centésimo volume da Killed by Death, com as músicas Dead in the Suburbs e Laboratory Baby. Em 2004 a gravadora californiana Rip Off Records compilou os dois singles mais gravações ao vivo e lançou em cd, com o nome de Dead in the Suburbs. O que ressalta ainda mais a personalidade do som dos Reactors é seu teclado. Mas esqueça a sonoridade do garage rock, isso aqui está mais para um raw new wave paranóico. Que marca todo o percurso de Culture Shock. Essa música tem algo daquela tensão dos Screamrs, tem algo de apocalíptico e desesperado. Search & Destroy! Penso em outros grupos punks com teclado e logo me vem a mente o Strangles. Em 2005 o grupo se reuniu para shows em sua cidade natal e em Nova Iorque, com planos de mais alguns para o futuro. Recentemente lançaram um dvd com essas apresentações.

2. The Beat - Don't wait up for me (1979)

The Beat é um dos clássicos do power pop americano. Um parente do Big Star nascido na Los Angeles da era punk, embebido em rock and roll de refrões que lhe perseguem durante todo um dia. Don't wait up... faz parte do único lançamento da banda, o disco homônimo de 1979 lançado pela Columbia. Depois seu vocalista Paul Collins lançou outro disco, já com o nome de Paul Collins' Beat, mas isso é outra história. Don't wait up for me parece um hit, cheira a hit, então deve ser um hit. No meu quarto eu sei que é.

3. The Neighborhoods - No Place Like Home (1980)

Essa canção saiu, junta com Prettiest Girl, num compacto lançado pela Ace of Hearts em 1980. Ela também faz parte da compilação Mass Ave., da série DIY da Rhino Records, que retrata o som de Boston no período 1975-1983 e que já tive a oportunidade de comentar aqui no blog. Outro detalhe é que a banda que aparece na capa desta compilação é o próprio Neighborhoods. Acho No Place Like Home a melhor canção deles. A segunda é She's so Good. Infelismente não se encontra essa mesma energia nos demais discos da banda. No place like home é basicamente um punk rock com sensibilidade power pop suficiente para criar aquela crueza doce que o punk comporta em sua essência.


sábado, 5 de setembro de 2009

A verdadeira Escola do Rock



Assista o clip de sugar cube do Yo La Tengo e conheça a verdadeira Escola do Rock. Esqueça os clubes indie, como um rock star você tem que pensar grande, como o rock de arena. Esqueça o Lou Reed e aprenda a ser um guitarrista de verdade dando piruetas com seu intrumento. Esqueça os discos legais dos anos 80 lançados pela SST, Touche & Go ou Rough Trade e adentre de cabeça na poética prog do Rush. E Jamais toque clarinete. Mas se lembre de tentar imitar Jimmy Page com um daqueles arcos de violino. O sucesso é garantido.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Agenda - Sessão Vegeta

FILME E RANGO = 8 R$

Prato principal: Son Of Rambow

Sobre o filme: Will é uma criança que quer fugir da sufocante vida com sua família extremamente religiosa, quando encontra Lee Carter, o valentão da escola. Armado com uma câmera e uma cópia de “Rambo: Programado para Matar”, Lee planeja fazer história filmando seu próprio filme. Juntos, transformados em cineastas logo descobrem que sua imaginativas – e as vezes atrapalhadas – aventuras começaram a ter vida própria!

Gênero: Comédia
Tempo de duração: 96 minutos
Ano de Lançamento (França, Alemanha, UK): 2007
Elenco: Neil Dudgeon, Bill Milner (Will), Zofia Brooks (Tina), Tallulah Evans (Jess), Adam Godley]
Trilha sonora inclui canções de Duran Duran, Siouxie and the Banshees e The Cure.

Data: Sábado (12 de setembro)
Local: Restaurante Haribol, Rua Nossa Senhora dos Remédios 158, Benfica.
Horário: A partir das 16h (com música ambiente)
Entrada: 8 reais.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=42LzLOO2NLw

Contato para vendas antecipadas: 9197-2193 e 8674-9458.
Apenas 35 ingressos à venda

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

V.A Matado por la Muerte (2009)

Faz uma semana que escuto sem parar essa compilação. Quando fiquei sabendo de seu lançamento, no começo do ano, queria logo adquiri-la. Mas só agora tive o prazer de escutá-la. A capa do disco chama logo atenção com suas cores amarelo e laranja. Mas para entender Matado por la Muerte, comecemos pelo nome. O título da compilação faz referência a lendária série Killed by Death, que reúne punk obscuro em seus vários volumes. Podemos então dizer que Matado... é uma compilação que segue a "estética" Killed by Death. Com as músicas envoltas numa produção low fi que só ressalta a crueza do som. Matado passeia pelo punk, power pop, garage e hardcore. Apresentando alguns dos melhoeres grupos espanhóis da atualidade. Com exceção do Ratas del Vaticano que é de Monterrey no México, mas não deixa a peteca cair. O empreendimento foi tocado por quatro selos diferentes, Bowery, Rizillos Superproducciones, Holy Cobra e La Camorra. Foi lançado somente em Lp, com a arte da capa em silkscreen e em apenas 500 cópias. Uma característica marcante da compilação é a presença do orgão em várias faixas, soando entre um Los Reactors atualizado e antigas bandas de garagem. O orgão bêbado de Juanita Y Los Feos em "Circo Roma" e "Amor Germano" empolga e apaixona. "Una rockera" do Redentoras Humilladas grudou no meu ouvido e não sai mais. Iribarnes, Novedades Carminha, Rizillos, Zorras Adolescentes e Mano de Mono, este com Justin do Clorox Girls, me fazem querer ter uma banda. Grupo Sub 1 trás componentes do antigo Webelos e é provavelmente a banda mais experiente aqui. Misturar narcóticos com antibióticos é o que o Coprolitos faz musicalmente. Concepción Glory Boys fazem um som entre Cock SParrer e o mod revival com competência. Concetration Summer Capms e Über trazem o early hardcore do Negative Approach ou das velhas bandas de Boston para os anos 2000. Com certeza esse já é um dos meus lançamentos preferidos de 2009. E fico aqui na esperança que saia um novo volume em 2010. Nesse momento estou cruzando os dedos.




Side A:

01. LOS IRIBARNES - PLAN XII
02. LOS IRIBARNES - A-55
03. LOS RIZILLOS - ¿QUIÉN FUE PRIMERO?
04. LOS RIZILLOS - SOMOS UNA FAMILIA FELIZ
05. COPROLITOS - MEZCLO NARCOTICOS CON ANTIBIOTICOS
06. COPROLITOS - FERNANDO
07. ZORRAS ADOLESCENTES - ¿DÓNDE ESTA ELLA?
08. CONCEPCION GLOY BOYS - TENSIÓN
09. CONCEPCION GLORY BOYS - PERDIDO
10. ÜBER - SI SI SI SI SI SI SI, PERO DE QUÉ!
11. PACO FRUTOS Y ESPOSA - EL HURACAN HA LLEGADO A VIETNAM

Side B:

12. JUANITA Y LOS FEOS - CIRCO ROMA
13. JUANITA Y LOS FEOS - AMOR GERMANO
14. GRUPO SUB 1 - TU A BOSOTON YO A BABILONIA
15. GRUPO SUB 1 - AQUELLA NOCHE EN NUEVA CAPRICA
16. MANO DE MONO - OJO DE DIAMANTE
17. REDENTORAS HUMILLADAS - UNA ROCKERA
18. NOVEDADES CARMINHA - VAI AO CARALHO
19. RATAS DE VATICANO - ACOSTUMBRATE
20. RATAS DE VATICANO - ESQUEMA SOCIAL
21. CONCENTRATION SUMMER CAMPS - SIEMPRE HAGO EL MAL
22. CONCENTRATION SUMMER CAMPS - TIPO RATONERO

Matado por la Muerte (2009)

sábado, 29 de agosto de 2009

Agenda - Filmes Malditos

Os Filmes Malditos consistem em projeções mensais de obras do panorama da cinematografia obscura. As sessões trazem ao público filmes com temáticas transgressoras, experimentais, ultrajantes, por vezes incompreendidas ou até proibidas. Em tempos de domínio dos chamados “blockbusters”, os Filmes Malditos se configuram como um contraponto a este tipo de cinema hegemônico, trazendo aos olhos do espectador um universo subversivo, fantasioso, polêmico. Inquietantes e radicais essas produções que não se encaixam nas noções comuns do mercado, encontram espaço aqui.


PRÓXIMA SESSÃO:

Programação:
22:30 – Danonnettes
23:00 – Jonnata doll e os garotos solventes
00:00 – Dellamorte Dellamore de Michele Soavi
02:00 – Mangue negro de Rodrigo Aragão
04:00 – Premutos de Olaf Ittenbach

Serviço:
Filmes Malditos da Meia-Noite
Local: Cine Jangada
Endereço: Rua General Sampaio, 703
Data: 29 de agosto (Sábado)
Hora: Meia Noite
Censura: 18 anos
ENTRADA:5 reais*
*para manutenção do cineclube


Sinopses dos filmes:

Dellamorte Dellamore (Idem, 1994, ITA, 98 min)
Francesco Dellamorte é coveiro de um cemitério onde os mortos retornam a vida sete dias apos terem sido enterrados. A rotina do lugar é quebrada quando ele se apaixona por jovem viúva que visita freqüentemente o túmulo de seu marido. Poético e violento o longa Italiano é considerado por muitos como a melhor produção de terror da década de 90.

Mangue negro (Idem, 2008, BRA, 105 min)
Manguezal poluído faz surgir terríveis criaturas que atacam uma humilde comunidade em busca de carne humana. Lançamento em Fortaleza do filme capixaba, que traz mortos-vivos como nunca visto antes em terras tupiniquins.

Premutos ( Idem, 1997, ALE, 110 min)
Premutos, o anjo da morte e da dor, surgido antes mesmo de Lúcifer, renasce nos dias atuais em jovem problemático, liderando um destrutivo exército de zumbis sedentos por sangue. Muito gore e Humor negro nesta cultuada obra do cinema extremo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

The Younger Lovers



De Oakland, Califórnia, vem o Younger Lovers. Seu vocalista, Brontez, produz o zine Fag School e contribui, como colunista, para a Maximum Rockandroll, onde escreve sobre sexo desde um ponto de vista gay. O grupo possui um ep chamado California Soul e um Lp com o nome de Newest Romantic, lançado pelo selo Reatard Disco. Aqui vai o vídeo de Danny e uma amostra do low fi punk do Younger Lovers.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Los Monjo - Rock Basura

Guadalajara é a segunda maior cidade do México e capital do estado de Jalisco. Sua cena punk é marcada principalmente por bandas de crust, d-beat e hardcore propriamente dito. Em meio a tudo isso se destaca um grupo, formado por três irmãos (Tucho, Cesar e Rene) e um primo (Peter), que destoam da cena local por terem seu som calcado na energia de velhas bandas espanholas dos anos 80 como Eskorbuto, La Uvi e Comando 9mm. Eles se chamam Los Monjo, escrito assim mesmo sem a devida concordância gramatical.

O grupo começou a tocar no inverno de 2003, mas já era uma idéia antiga de Tucho montar um grupo punk desde 1998, quando se dá seus primeiros contatos com a música punk. Antes de optarem por seu nome atual, tentaram outros como Los Chicos de Barro, Los Explosivos e Los Eskalata, já demostrando um certo talento para nomes esquisitos.

Peter e Tucho integraram anteriormente o Basca Urbana, onde Cesar também tocou baixo por um tempo. Porém em 2003 se aproxima Rene e tem-se o nascimento de Los Monjo. Mantem-se até hoje seu line-up original, que assim vai fazendo seus shows em lugares pequenos por Guadalajara.

Em 2006 lançam sua demo com oito sons, entre eles Cerdos e Cobardes. Relançada em 2008, em 7", pelos selos No Options (EUA) e Todo Destruido (México). Levando assim o som dos Monjo para além das fronteiras de sua cidade natal.

O punk dos Monjo é baseado nos três ou quatro acordes característicos do rock simples e primitivo, com um baixo proeminente, guitarras simples e bateria reta. O vocal de Tucho é sufocado, desesperado e sombrio, com uma certa carga de originalidade. Quanto as canções, "Cerdos" é sobre a polícia, que traduzindo significa porcos. "La Peor Pesadilla" é sobre desespero, medo e o lado sombrio da vida. Em "Rebelion" Tucho profere que "Se quieres cambio, rebelion!".

Gravaram ainda um clip para Covardes, dirigido pelo amigo Alvaro M.N, que já tive a oportunidade de apresentar aqui no blog.

Um dos pontos altos na vida dos Monjo foi a turnê que fizeram em seu país com a banda californiana Born/Dead, quando tocaram por Matamoros, Salamanca, Leon, San Luis, DF, Queretaro, Aguascalientes e outras pequenas cidades mexicanas.

Para o futuro, Los Monjo pretendem lançar um Lp que conterá de dez a doze músicas e levará o nome de Rock Basura, que traduzindo seria o mesmo que Rock Lixo ou Trash Rock no inglês. Pretendem também fazer um turnê pelos EUA, algo que é complicado pela dificuldade de se conseguir os vistos para viajar para o país vizinho e ultrapassar a tão famigerada fronteira.



Aqui vai a demo do grupo para download. Infelismente está faltando uma canção.

01. Cerdos
02. Solo neste pais
03. Rebelión
04. Cobardes
05. Contaminación
06. Esclavos
07. La pior pesadilla

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Chuck Berry - Fortaleza 22/08

Ele chegou atrasado. Ele errou várias músicas. Mas ele não tem 40 anos, tem o dobro disso. No mais, ele tentou tocar seus clássicos e fez o duck walk. Sem falar que encheu o palco com umas vinte meninas. Valeu a pena. John Lennon dizia que se o rock and roll tivesse outro nome se chamaria Chuck Berry. E é isso mesmo. Foi ele quem deu cara, que definiu o que seria esse negócio de rock. Só presenciar um cara desse no palco, por mais que esses não sejam seus dias áureos, é uma experiência recompensadora. E mais boatos já começam a rondar Fortaleza. Dizem que Jerry Lee Lewis vem ao Brasil em setembro. Será que rola meia hora de rock por aqui?


sábado, 22 de agosto de 2009

Wavves - New song

Wavves from TERROREYES.TV on Vimeo.

Música nova do Wavves à sair num novo disco. Essa música é mais reta e sem muito experimentalismo. Quando o Wavves toca assim, me agrada mais.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

La URSS - punk ochentero nos anos 2000

O URSS é um grupo espanhol, da Andaluzia, que faz punk rock ao gosto dos anos 80. Ochentero, como dizem por lá. Reunindo influências de bandas como Eskorbuto e do punk de décadas atrás. Porém feito por "chicos" entre 22 e 24 anos. São eles: Áfrico nos vocais, Jorge na guitarra, Miguel no baixo e Pablo na bateria. O timbre da voz de Áfrico lembra o de uma menina. Agradam-me muito as bandas novas que vão buscar inspiração no punk original de fins dos 70 e começo dos 80. Parece que é uma necessidade desses anos 00's, depois que passou o punk dos anos 90, que em quase nada lembrava as raízaes do gênero. O grupo possui um split, de 2006, com o Coprolitos, de Madrid, um single e um Lp chamado Producto, editado pelo selo Bowery em 2009 . Em julho de 2008 foram entrevistados pela MaximumRockandroll, que, quer queiram ou não, ainda é uma referência mundial para o punk rock. Em julho de 2009 saíram em turnê pela Europa tocando pela França, Alemanha, Polônia e República Tcheca. Nesse vídeo eles tocam duas músicas "Felices dias en Fuengirola" e "Todo sobre tu Hija". No myspace da banda você confere mais sons do punk ochentero do URSS.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Wavves - Wavves, Wavvves




O Wavves na verdade é Nathan Williams, um jovem de San Diego, Califórnia. Ele gastava seu tempo livre andando de skate e escrevendo sobre rap no seu blog. Um dia o rapaz se armou com um gravador de cassetes dos anos 80, o Tascam, e com o software Garage Band. Se trancou no quarto por um mês e compôs tanto material que rendeu dois discos. Aos poucos ele foi disponibilizando para download em dois 7", uma casssete e um EP. O DIY também acompanhou Nathan na produção da arte de seus lançamentos, com o rapaz desenhando e "scanneando" fotos para as capas. O primeiro álbum, self title, foi feito no mesmo gravador de quatro canais e saiu primeiro em cassete. Depois foi lançado em cd e lp, com cópias limitadas, pelo selo Woodsist em setembro de 2008. O segundo foi chamado Wavvves, com um "v" a mais que o primeiro disco. E foi lançado em fevereiro de 2009 pela Fat Possum Records, com produção do próprio Nathan.
A sonoridade do Wavves é bastante crua, mas repleta de melodias e alguns experimentos. Já disseram que é Buzzcocks com Beach Boys. E já chamaram até de no-fi e shit-gaze, tamanha é a bagaceira das gravações. Na verdade, o som é uma espécie de punk low fi, bem na linha das gravações da In The Red Records. Se você já escutou bandas como Cheap Time, Lovvers, No Age, Times New Vinkings ou até coisas um pouco mais antigas como Pussy Galore, dá para imaginar o som do Wavves. As músicas são batizadas com títulos imprevisíveis como "California Goths", "Summer Goths", "Killr Punx, Scary Demons", "Surf Goths" e "Beach Goths". As gravações caseiras foram tão bem vindas que o Wavves chegou a ser considerado "the next big thing" por alguns críticos e blogs. O Wavves escurcionou pelos EUA e foi chamado para uma turnê na Europa. Para acompanhá-lo ao vivo, Nathan chamou o baterista Ryan Ulsh. Nesse ano em Barcelona, no Primavera Sound Festival, Nathan teve uma briga no palco com Ryan e acabou insultando o público espanhol, que respondeu jogando garrafas e sapatos nele. O resultado disso foi a turnê européia cancelada. Depois, Nathan se desculpou publicamente dizendo que seu comportamento teria sido causado por um coquetel de ecstasy, valium e xanax. O Wavves continua tocando pelos EUA, para conferir sua agenda visite a página da banda no myspace.


sábado, 15 de agosto de 2009

The Zeros - Pioneiros de Los Angeles

Los Angeles foi um dos grandes centros urbanos gestores do punk, assim como Londres e arredores, Nova Iorque e São Paulo. Me lembro agora de uma cena do documentário Botinada. Nela o Clemente fala que se o Ramones não tivesse criado o punk na Big Apple, o pessoal da Carolina teria feito isso pelos americanos. Pois os paulistas também escutavam os discos dos Stooges e New York Dolls, andavam com camiseta listrada, jeans apertado e jaqueta preta. Guardada as devidas proporções do que o Clemente falou, parece que o punk era algo que estava no ar, só esperando alguém captar aquele espírito e jogá-lo numa canção de três acordes. Os Ramones com certeza foram os pioneiros, definindo o essêncial da linguagem punk. Mas parece que mesmo que se eles não tivessem dado o ponta pé inicial, alguém teria dado. Penso que foi uma questão de tempo para o punk se generalizar e virar a linguagem dos roqueiros mais jovens e rebeldes do meio dos anos 70. Nesse interím, lá em Los Angles surgia o The Zeros. Formado em 1976, com o nome incial de Main Street Brats, por Javier Escovedo (v,g), Robert Lopez (g), Hector Peñalosa (b) e Baba Chenelle (d). Os sobrenomes não escondem a ascendência chicana dos Zeros, por isso eram conhecidos como os "Ramones mexicanos". A banda tocou pela costa oeste com gente como Dils, Avengers, X, Plugz, Nerves, Wipers e Weirdos. E abriram o primeiro show do Germs em 1977. Em 1980 tocaram em Austin, Texas, junto com o Middle Class. Ainda fizeram apresentações em Nova Iorque em clubes como CBGB's, Max Kansas City, UK Club e Danceteria. Mas a vida do Zeros foi curta e o grupo se desfez em 1981. Nos anos noventa voltaram, com line up reformado, para alguns shows esporádicos e lançaram o álbum "Right Now!". Canções do grupo ganharam covers por diversas bandas do globo, como La Secta (Espanha) e Hoodoo Gurus (Austrália). Artistas de renome como Tom Waits, Patti Smith e o Damned adimiraram o trabalho dos Zeros. Eles foram um dos pioneiros da cena de Los Angeles e pavimentaram o caminho para Black Flag, Circle Jerks e X. Seus membros continuaram com outras bandas. O guitarrista Robert Lopez tocou no Catholic Discipline, que aparece na primeira parte do documentário The Decline of The West Civilization, e depois se tornou o El Vez, uma espécie de Elvis latino que fez um certo sucesso. Esse vídeo é uma apresentação de 1977 para um programa de tv de San Diego. Ele abre com o grupo tocando "Don't Push me Around" e encerra com uma rápida entrevista com a banda, onde perguntam se eles aceitam a definição de punk rock e o que significa punk rock. O disco "Don't Push me Around", lançado pela Bomp Records em 1992, é uma boa pedida para conhecer os primeiros trabalhos da banda, datados do final dos anos 70.





1. Don't Push Me Around
2. Wimp
3. Main Street Brat
4. Handgrenade Heart
5. Beat Your Heart Out
6. Wild Weekend
7. Comestic Couple
8. Rico Amour
9. Beat Your Heart Out
10. Getting Nowhere Fast
11. She's Just a Girl On the Block
12. They Say That (Everything's Alright)
13. Comestic Couple/Shannon Said/Talkin'/Out of Place/Wild Weekend

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Nuggets Commercial



Comercial gringo da época do lançamento do Box set da Nuggets. Meio tosquinho, mas vale a pena ver e ouvir alguns trechos dos clássicos da garagem americana. A banda que aparece no vídeo é o Fee Foe 5, da Virgínia e que durou de 1998 à 2002. Engraçado é no final o Music Machine cantando Talk Talk e aparecendo o número do telefone para comprar os cds.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Lovvers - Human Hair



Música do novo disco do Lovvers "OCD Go Go Girls". Punk power pop low fi na linha de Cheap Time. Com direito a Corpse Paint.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Trash News: Documentário sobre o Death e turnê em setembro

Detroit's own DEATH -Where Do We Go From Here? Documentary - Tour 2009 Promo from Howlermano on Vimeo.

Desde a redescoberta das master tapes do Death que a banda vem despertando a curiosidade de muita gente. Viemos acompanhando aqui pelo blog desde o pré-lançamento do albúm até a sua disponibilização em mp3 para nossos leitores. E mais notícias vem por ai. Não bastasse a lançamento do Lp pela Drag City Records, contendo material inédito mais as músicas do compacto de 1974, um documentário sobre a banda está sendo produzido. É isso mesmo. Um documentário com os integrantes da banda, que sobreviveram, contando sua história. Ele se chama "Where Do We Go From Here". Depois de quase serem esquecidos pela História o Death parece que vem com tudo. Não bastassem o Lp e o documentário, eles ainda vão entrar em turnê. É isso mesmo uma turnê! Mas nada muito grande. Cerca de três shows entre 25 e 27 de setembro em Detroid, Illinois e Cleveland. Para matar a curiosidade, aqui vai um trecho do documentário. Para se manter atualizado sobre o processo de produção clique aqui.
Enjoy!

Os Incríveis me fizeram voltar a pé

Nunca entre numa loja de discos quando você tiver pouco dinheiro. A menos que você seja uma daquelas pessoas controladas. O que não é meu caso. Dei o que tinha nesse compacto dos Incríveis, até o dinheiro do ônibus. O resultado é que tive que voltar pra casa a pé. Mas valeu cada centavo. Só o prazer de escutar "Vai, Meu Bem" no orginal já é recompensador. A escutei pela primeira vez na coletânea virtual Brazilian Nuggets e já gostei de cara. Esse compacto duplo é de 1968 e está imerso no clima hippie da época, misturado ainda com o típico romantismo jovem guarda. No lada A temos "Mundo Louco", que é uma versão para "Even The Bad Times Are Good". E fala que é doce viver nesse mundo, apesar dele ser louco, com a humanidade se desentendendo a toda hora, provocando confusão e perdendo a razão. Adicione ai bombas e espiões. E você tem o típico coquetel Guerra Fria & James Bond. "Molambo" é sobre o cara que aceita a mulher voltar pra ele, apesar de tudo que ela fez anteirormente. E apesar da reprovação do outros com essa reconciliação. No final o cara gosta, porque assim ele não enloqueceria de saudade e não acabaria virando "um molambo qualquer". O lada B começa com "Se Nos Disserem", uma versão para "E Se Ci Diranno". Uma típica canção anti-guerra e anti-racista made in 68. Um bom lembrete de que nosso rock daquela época não era tão alienado, como nos querem fazer crer os apologistas da mpb. E um alerta para quem gosta de caracterizar binariamente a música brasileira dos anos 60 entre o "intelectualismo" da bossa nova e a "infantilidade juvenil" alienada da jovem guarda. Encerrando o compacto temos "Vai, Meu Bem", que começa massacrando com um riff fuzz. A canção é uma ode a descrança amorosa. Uma canção sobre disilusão só poderia ser assim mesmo, um acid punk para os corações quebrados. Esse compacto duplo de 33 rotações foi lançado pela RCA Victor com o código LCD-1197.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

MySpace Control: Toda geração deve escutar a música de seu tempo

Numa dessas noites boas de se jogar conversa fiada, depois de um dia de aula numa cidade distante, eu conversava com um amigo. A conversava sempre acabava em música. Nesse dia avaliávamos a nova geração. O que queria dizer que avaliávamos um pouco a nós mesmos. Mas como se fossemos mais velhos avaliando os novatos, o que era pura ilusão. Pois tendo nascido em 1984 ou 1994, somos todos, em diferentes níveis, parte da geração que experimentou o Lp, a fita cassete, mas acabamos todos nas garras do mp3, dos blogs e dos iPods made in Paraguai. Toda geração acha que é a última, ou pior ainda, acaha que pode avaliar a turma do cara que é cinco anos mais novo que você como se fosse um velho ancião dicernindo sobre o movimento da vida. Sendo eu um saudosista inveterado, tendo a passar meus dias escutando somente os clássicos de décadas passadas. O que não é ruim. Mas de certa forma me limita e me cega para o que está sendo feito hoje. Enquanto você baixa aquele disco bacana do Adverts de 1978 para seu mp3 player, milhares de bandas estão nascendo, gravando, e fazendo shows, as vezes nem tão distantes de sua casa. Naquela conversa com meu amigo, ele falou que toda geração devia escutar a música de seu tempo. O que foi algo brilhante de se falar, mesmo ele achando que não pertencia aos dias de hoje. Assim, dando prosseguimento à nosso MySpace Control, compartilho com vocês o que gosto de escutar da música de nossos dias, em especial o punk de nossos dias e suas variantes

#The Shitty Limits (UK)
http://www.myspace.com/theshittylimits

#Los Monjo (Mexico)
http://www.myspace.com/losmonjo

#Skate Pirata (Brazil)
http://www.myspace.com/skatepunkpirata

#Tiny Masters of Today (USA)
http://www.myspace.com/tinymasters

#Davila 666 (Porto Rico)
http://www.myspace.com/davila666

#The Cute Leppers (USA)
http://www.myspace.com/thecutelepers

#Clorox Girls (USA)
http://www.myspace.com/cloroxgirls

#Jay Reatard (USA)
http://www.myspace.com/jayreatard

#Double Negative (USA)
http://www.myspace.com/thedoublenegative

#The Dealers (Brazil)
http://www.myspace.com/dealersrock

#Bonecas da Barra (Brazil)
http://www.myspace.com/bonecasdabarra

#The Jezebels (Brazil)
http://www.myspace.com/jezebelsrock

#Reprobates (Canada)
http://www.myspace.com/reprobateshc

#Thee Vicars (UK)
http://www.myspace.com/theevicarsuk

#Lovvers (UK)
http://www.myspace.com/letscommunicate

#Wavves (USA)
http://www.myspace.com/wavves

#Modulares (Brazil)
http://www.myspace.com/modulares

#FuzzFaces (Brazil)
http://www.myspace.com/fuzzfaces

#Parallèles (Brazil)
http://www.myspace.com/lparalleles

#B.U.S.H (Brazil)
http://www.myspace.com/bushklan

#XYX (Mexico)
http://www.myspace.com/xyxs

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Speed e The SS: early japanese punk


Duas coisinhas para alegrar meu dia. Duas coisinhas japonesas.



Foda! A única coisa que consegui achar desses caras foi um vídeo no youtube. Impressionante! Eles são japoneses e o vídeo é de aproximadamente 1979. Fazem um som entre New York Dolls e Dead Boys. Inclusive, um trecho dessa música me lembra bastante "Ain't Nothin' To Do", do primeiro disco do Dead Boys. Boys I Love You é visceral, agressiva e provocadora. Amei! Se alguém conseguir achar algo desses caras, por favor me avise!



Foda²! Mr. Twist do SS é ultra nervosa para ser algo de fins do anos 70. São apenas quarenta e oito segundos. É impossível não comparar à "Out of Vogue", de 1978, do Middle Class, considerada uma das primeiras canções hardcore. É nervoso! Batita 1/1, vocal hiper rápido e uma típica estrutura do hardcore primitivo e original dos anos 80. Não consigo parar de ver o vídeo. Me empolga demais! Esse vídeo é um trecho de um documentário japônes chamado "Rockers", que eu desconheço. Nesse blog há um link, porém quebrado, para o disco ao vivo deles de 1979 chamado "The SS - Live '79". O disco possue 36 faixas em 32 minutos. Definitivamente hardcore! Essa gravação ao vivo de 79 só seria lançada em 1985 pelo selo Alchemy Records e ganharia uma versão pirata em 2002. Leia aqui uma resenha do disco.

Para quem acordou desejando comer sushi, eu estou satisfeito.

Procura-se
Speeds
The SS - Live '79
Rockers (documentary)

domingo, 9 de agosto de 2009

Set List 08.08.2009

O aniversário de 4 anos da Ultras Resistência Coral foi muito bom. A festa começou um pouco depois do horário, mas todas as bandas tocaram. Skate Pirata, Outubro e Ska Brothers mandaram bem. E entre uma banda e outra toquei algumas coisas. Aqui vai o setlist, playlist ou mixtape, como queiram, do que coloquei pra tocar.
Enjoy.

Cover: Mirian Linna

01 The Damned - new rose
02 The Adverts - bored teenagers
03 Undertones - teenage kicks
04 Buzzcocks - breakdown
05 Teenage Head - picture my face
06 The Wipers - tragedy
07 Avengers - we are the one
08 Los Violadores - represion
09 Inocentes- pânico em SP
10 Polo Pepo - San Felipe es punk
11 Cheap Time - people talk
12 Nikki and The Corvettes - young & crazy
13 Clorox Gilrs - don't take your life
14 The Oppressed - all together now
15 Death - keep on knocking
16 Joy Division - warsaw
17 Angry Red Planet - curling
18 La Manada - punks de puta madre
19 The Cute Leppers - opening up
20 The Dickies - fan mail

Agenda - Ruínas II


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Agenda - Sangue, Suor e Arquibancadas


Comemoração dos 4 anos de Resistência Coral
Com Ska Brothers, Outubro, Skate Pirata
Dia 08/Ago (Sábado) A partir das 21h
No Mocó Stúdio(Rua José Avelino, no. 563 - Próximo ao Dragão do Mar)
Ingresso R$10,00

Goodbye John (RIP John Hughes)


Morreu nesta quinta-feira (06) o diretor, produtor e roteirista John Hughes (1950-2009). Qualquer criança ou pré-adolescente brasileiro que cresceu assistindo Sessão da Tarde já deve ter visto algum de seus filmes: Clube dos Cinco, Curtindo a Vida Adoidado, Gatinhas e Gatões e Mulher Nota 1000, só para ficar nos mais conhecidos. Esses dois últimos foram as minhas derradeiras aquisições em dvd. Imagino agora que não demorará para sair edições especiais de seus filmes e coisas paracidas como um Especial John Hughes no Tele Cine Cult. Os filmes de Hughes fazem parte do imaginário teen mundial e ficarão marcados pra sempre na cultura pop.

Saborei essa montagem dos filmes de Hughes, com trilha do Who, e sinta um pouco daquela nostalgia gostosa das tardes que não voltam mais.
Descance em paz John.






quinta-feira, 6 de agosto de 2009

The Wild World of Hasil "Haze" Adkins


The Wild World of Hasil "Haze" Adkins é o nome do documentário sobre a vida de Hasil Adkins. Adkins é uma daquelas preciosidades do rock and roll esquecidas no meio do caminho. Mas vou ficando por aqui, leiam o texto de Abonico seguido de uma entrevista com Marco, do finado Butchers Orchestra, publicado há uns anos atrás no site Mondo Bacana (http://www.mondobacana.com/) e saibam um pouco mais sobre essa lenda feita de fúria e rockabilly.













Carne, café e espírito selvagem
Hasil “The Haze” Adkins viveu até o dia 28 de abril em um trailer ao lado da mesma casa que nasceu e nunca abriu mão de tocar uma música apaixonada, agressiva e verdadeira. A causa de sua morte permanece desconhecida, mas ele deixou órfãos grupos como os Cramps, Demolition Doll Rods e Jon Spencer Blues Explosion. George Araújo desvenda o universo demente e fascinante deste intrigante senhor que mal sabia a sua idade.

Adkins compunha desde a década de 50 mas gravou poucos discos.

A história é velha e todos já devem ter conhecido alguém na mesma situação: perdido em um quarto ou em um interior qualquer dos quintos dos infernos, está simplesmente uma pessoa genial e sem instrução alguma fazendo coisas inimagináveis a partir do nada. Essa pessoa improvisa, contorce e distorce o senso comum justamente por voltar ao básico da maneira mais boba possível. É aí que reside a sua genialidade.

Hasil Adkins foi essa pessoa. Nascido e criado nas colinas americanas de Madison, West Virginia, este senhor que mal sabia a própria idade [afirmava ter 67 anos, aproximadamente], condenou todas as almas que escutaram sua música à inquietação eterna. Compondo desde a década de 1950, sabia de cor mais de nove mil canções [apenas 25% eram covers!] e executava todas elas com fúria e paixão nunca vista antes no pretensioso showbiz americano.

Enquanto caçava galinhas e animais silvestres, Hasil se divertia em inventar as mais absurdas histórias envolvendo sexo, decapitação, danças esquisitas e órgãos governamentais. Todas essas histórias aliadas aos hormônios em fúria e rock’n’roll clássico transformaram-no em uma nervosa banda-de-um-homem-só – ele cantava, tocava violão, gaita e bateria simultaneamente.

Adkins traduziu sua realidade em música. Gemia e assobiava e rosnava até para quem não quisesse ouvir. Ele aparentemente não vivenciava as coisas com uma pessoa comum e conseguia partir da mais descabida alegria para um imenso mar azul e triste – isso gritava dentro dele. Seu grito foi tão forte que causou a metamorfose do manso rockabilly em um peçonhento e ultradivertido psychobilly, mas para isso foi necessário um tempo.

Foram quase duas décadas desde o lançamento de “My Baby Loves Me”, seu primeiro single, para conseguir algum reconhecimento. Nem mesmo Richard Nixon, presidente americano na época, escapou de receber algumas fitas. A obscuridade total durou até os Cramps gravarem uma versão para “She Said”. Essa música catapultou o adulto Hasil à condição de cult e fez com que um single feito em 1964 fosse confundido como uma produção do início dos anos 80. Na velha casa da colina, porém, nada mudou e Adkins ficava alheio ao que se passava. Foi preciso que dois fãs criassem um selo para gravar seu primeiro álbum.

Nasce um selvagem
The Wild Man foi gravado em 1984 e lançado dois anos depois pela Norton Records. O álbum traz baladas sangrentas como “Turn Off a Memory” e nervos expostos do naipe de “Chicken Flop”. Provavelmente o maior problema desse disco para o grande público era a execução das músicas. Levando-se em consideração que sua carreira até então tinha sido marcada por singles mal gravados [além de viciado em café, vodca e carne crua, Hasil Adkins tinha o péssimo hábito de não cuidar de seus registros originais], comercialmente ele fora um fracasso. Mas a pedra-fundamental havia sido lançada. Partindo deste ponto, Billy Miller e Mirian Linna [primeira baterista dos Cramps e co-fundadora da Norton] selecionaram diversas músicas compostas pelo Selvagem entre 1961 e 1976 para transformar em bolachas.

Então a história mostrou mais uma vez que é cíclica. Tal qual um certo Velvet Underground, poucos compraram os discos de Hasil, mas todos que o fizeram montaram uma banda. Daí para frente, as coisas foram acontecendo de tal maneira que ele abriu um show do Public Image Limited em Nova York, ainda em 1986. Os dados sobre sua discografia divergem, mas são creditados a ele 15 álbuns, 23 singles e dois EPs.

Sua selvageria e tristeza singraram os mares e invadiram corpos de jovens espalhados por todo o globo. Na Europa, pessoas que figuram o selo übercool Voodoo Rhythm realizaram um festival apenas com bandas-de-um-integrante-só. Tal festival contou com a presença do próprio Hasil Adkins mais Margaret Doll Rod, Rev. Beatman e DM Bob, entre outros.

Açougueiro solitário
Aqui no Brasil, encontramos no paulista Marco Butcher [frontman do Thee Butchers Orchestra], que tocou no festival citado acima] as sementes da música selvagem plantada por Hasil, o homem-selvagem. Marco lançará no segundo semestre um disco como one-man-band, chamado Skull Santa In All About Girls. Segue abaixo uma pequena entrevista com o açougueiro, sobre a condição de músico solitário.

Você lembra ou imagina o que passou pela sua cabeça na hora que ouviu pela primeira vez uma música do falecido Hasil? E como foi tocar nesse festival em que ele participou?
Bom, ganhei um disco dele de presente do Danny Doll Rod, que sempre foi muito fã dele. Me lembro de ter achado tudo aquilo muito primitivo e cru, assim como a maioria das coisas que sempre achei legal ouvir. Afinal, a música feita por ele sempre foi supersimples e bem calcada no blues. Tocar nesse festival foi bem legal. Primeiro porque tive a chance de ver muita gente boa tocando ao vivo, depois porque é uma forma de manter a tradição do blues viva e mostrar que a musica blues não é aquela coisa chata feita por BB King ou outros que se deixaram urbanizar e perderam seu link com o primal.

Hasil Adkins teve efetivamente alguma influência na sua performance de palco ou mesmo nas composições?Não saberia dizer se tive ou não, de forma direta, alguma influência de Adkins em minha música. Acho que isso acabou acontecendo de uma forma mais ligada à atitude de estar no palco totalmente só. Ou seja, sem uma banda.

O que lhe motivou a se "tornar" uma banda-de-um-homem-só?Acho que o principal motivo é a possibilidade de estar fazendo free music. Self-expression fulltime, entende? Digo, sem uma forma ou uma ordem. Às vezes mudo a música e os refrões no ultimo segundo, de acordo com meu humor. Isso traz para minha música uma liberdade única.

Você disse em outro momento que era uma questão de atitude. Que atitude seria essa?
Bom, quando falo de atitude, eu me refiro ao lance de estar só em cima do palco. A maioria das pessoas fica em casa reclamando que não consegue montar a banda perfeita ou que ainda não encontrou aquele baixista. Eu não espero ninguém. Se tenho algo a dizer, digo. E isso é que faz o lance de ser uma one-man band. Você não depende da vontade dos outros de estar em uma banda. Acho que isso, sim, seria a coisa mais punk, saca? Tipo, você fazendo seu lance e dando a cara para bater. Sem desculpas, sem maquiagem, sem tecnologia. Só você, sua guitarra, seu bumbo e Deus: o espírito do gospel yeah yeah sound.

Como se sente em gravar um disco com essa proposta mais intimista sabendo que o Brasil não tem essa cultura de respeitar a música pela música?
Não acho que meu disco seja mais intimista do que qualquer outro que já gravei com os Butchers. Afinal, não se trata de um disco acústico, nem nada. Ele é supersujo e barulhento como os outros. Só que todo esse poder é provido por uma pessoa só e isso faz a diferença. É claro que o fato de eu estar mais voltado para o swamp blues traz climas mais escuros pra minha música, mas não chega a ser mais intimista. Todo o swing e soul necessários para um bom boogie são encontrados nesse disco. [GA]

Open Your Mouth And Say... Mr. Chi Pig (Trailer)



Documentário sobre Mr. Chi Pig, vocalista do SNFU