sábado, 30 de janeiro de 2010

Agenda - Turnê Nordeste Velho de Câncer

05/02 - Fortaleza - CE
06/02 - Mossoró - CE
07/02 - Natal - RN
19/02 - João Pessoa - PB
20/02 - Recife - PE
21/02 - Maceió - AL
27/02 - Aracaju - SE
28/02 - Salvador - BA

www.myspace.com/velhodecancer

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RIP J. D. Salinger


Morreu nesta quarta-feira (27) o escritor J. D. Salinger, autor do clássico O Apanhador no Campo de Centeio. Este é um livro que você carrega para a vida inteira, principalmente se o ler na adolescência. Quando o li já estava com 23 anos e me arrependi de não tê-lo lido com 17. Mesmo assim me identifiquei com o protagonista, o jovem e inquieto Holden Caulfield. Salinger levou uma vida reclusa, longe da imprensa e das investidas de diretores e editores de criar uma continuação de seu livro clássico. O diferencial  de seu livro para a época em que foi escrito (1951) foi ter colocado como protagonista um adolescente, o que era raro num mundo literário dominado pela figura do adulto. Alguns chegaram a afirmar que Salinger inventou a adolescência na segunda metade do século XX. Se você conhece algum jovem inquieto no auge de sua juventude, não deixe de recomendar a leitura de O Apanhador no Campo de Centeio, talvez ele te agradeça no futuro. Mas mesmo que você não seja mais um garoto, não deixe de ler, poderá descobrir ou redescobrir coisas esquecidas.


O escritor J.D. Salinger, autor de "O apanhador no campo de centeio", morreu nesta quarta-feira (27) aos 91 anos, confirmou ao G1 a agência literária do escritor, Harold Ober Associates, em Nova York.

De acordo com um comunicado enviado por e-mail pela agência, "Salinger morreu em paz" e de "causas naturais". "Apesar de ter quebrado sua bacia em maio, sua saúde estava excelente até uma recaída súbita depois do ano novo. Ele não estava com dores nem antes nem na hora de sua morte", segue a nota (leia a íntegra).

Ainda de acordo com a Harold Ober Associates e "preservando seu desejo de toda uma vida para proteger e defender sua privacidade, não haverá velório", e "a família pede respeito das pessoas por ele, sua obra e sua privacidade".

No momento de sua morte, o escritor estava em sua casa em New Hampshire, onde vivia em isolamento havia décadas.

O romance "O apanhador no campo de centeio", com seu imortal protagonista - o rebelde Holden Caulfield -, foi lançado em 1951 durante o período da Guerra Fria. A história de alienação juvenil e perda da inocência foi adotada por adolescentes em todo o mundo e ainda vende cerca de 250 mil cópias por ano. No total, já são mais de 60 milhões de exemplares em diversas línguas.

Agenda - Filmes Malditos da Meia Noite - Sessão anti heróis



Filmes:
O Vingador Tóxico
Save the Green Planet
Torrente - El brazo tonto de la ley

Bandas:
Clarisse Revel
Pugs (Smashing Pumpkins cover)

Cine Jangada
30/01
22:00 hs
5,00 R$

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Agenda - I Marte Ataca - Limoeiro do Norte (CE)

Coletivo Invasão apresenta:

I Marte Ataca
Dia 23 de Janeiro

com as bandas:

Lei do Cão (Mossoró)
Mahatma Gangue (Mossoró)
Destroços
Missfight
Terror Propaganda
Desolador

Rua Francisco Remígio, Nº 1811 (Ao lado do Restaurante Eucalyptos) - Limoeiro do Norte
às 19:00 hs
Ingresso R$ 3,00 (à venda no local)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

RIP Jay Reatard

Um jovem artista, uma vasta obra

Uma porção de figuras históricas do rock haviam falecido em 2009. Isso me fez pensar quem mais nos deixaria em 2010. Por razões obvias, pensava qual seria o coroa que iria passar dessa para melhor. Esse foi um dos motivos pelos quais a morte de Jay Reatard me chocou tanto. Se em algum lugar um lunático tiver feito uma lista dos roqueiros cotados para morrer em 2010, com certeza Jay Reatard não estaria nela. Jay era um cara jovem, 29 anos, prolífico e criativo. Ele não tinha quatro décadas de vida artística, como nossos heróis que nos deixaram no ano passado, mas sua extrema criatividade, materializada em suas inúmeras bandas e discos, bem que poderia fazer parte do currículo de algum dinossauro do rock. Jay era qualitativamente e quantitativamente um excelente artista. Uma nova década começa e é uma pena que ela não contará com a participação do espírito inquieto de Jay Reatard. O que nos resta é reverenciar a obra desse jovem artista que nos deixou e ficar imaginando do que ele ainda seria capaz de fazer nos próximos 10 anos. Viva Jay Reatard!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Best of 2009


Listas são legais e depois da febre de "Alta Fidelidade" elas se tornaram bastante comuns, que o diga a blogosfera e as inúmeras mixtapes elaboradas por fãs e sites de música. Elas são legais porque nos revelam o gosto de uma pessoa ou de um grupo. Mas nunca as levem a sério demais, pois acima de tudo elas são apenas isso, algo pessoal. Quando uma grande revista solta suas listinhas de melhores do ano, elas não deixam de estar dando uma opinião pessoal, mesmo que a revista seja algo construído "coletivamente". Quando falo revistas estou me referindo às publicações inglesas e norte-americanas. Se você for um "wanabe" qualquer, não perderá nenhum segundo e tratará de se entupir, em ordem crescente, com o conteúdo listado por essas revistas megahype. E na balada de sábado a noite disparará seu fuzil de melhores de 2009, fuzil este armado com o conteúdo da revista e não necessariamente o seu. Por insegurança ou por necessidade de se enturmar, muitos tendem por esse caminho. Mas se você não liga para essas cretinices de "Acredite no Hype", você acaba montando a sua e no final não liga se sua lista não tem a mínima semelhança com a do semanário inglês do momento. O Public Enemy já dizia para não acreditarmos no hype e o Lixo Jovem lhes faz questão de lembrar: camaradas, não creditem no hype, não comprem a imagem fria do salvador do rock ou da nova diva reluzente em diamantes e sexualidade comercial. Se guiem pelos seus instintos musicais e façam bom uso de seu dinheiro, seus ouvidos e suas vidas.

Aqui vai a lista de melhores, segundo Lixo Jovem. Um pouco do que escutei e valeu a pena em 2009. Os discos transitam por estilos e países diferentes. Temos lo fi punk, que é como estão chamando bandas como Wavves, Lovvers e Mayyors, que além das gravações propositadamente em baixa qualidade, repetem uma letra do nome da banda (WWTTFF!). São bandas que possuem apelo para vários públicos, seja para o indie que não teme o punk, seja para o punk que não teme as bandas que a crítica elogia e também para aquele cara, hoje gordo e careca, que sente falta da microfonia dos anos 80 e 90. A Espanha vem revelando boas bandas quando o assunto é punk velho alá killed by death, power pop e garage. Esse cenário foi bem documentado no disco Matado Por La Muerte, reunindo vários grupos espanhóis, literalmente o documento de uma época. Da Macedônia vem o Bernays Propaganda fazendo um som que revive o punk angular do Gang of Four e Fugazi. Da Inglaterra vem o Shitty Limits que conseguiu reunir o melhor da tradição punk em seu som, desde a garagem dos anos 60, o punk de 1977 e o hardcore punk americano do começo dos anos 80.


Do Brasil temos excelentes bandas do Nordeste como The Renegades of Punk em split com o Mahatma Gang, cruzando punk, surf e garagem em altos níveis e Skate Pirata atualizando o hardcore punk dos 80, lhe obrigando a tirar o armário sua camisa velha do Adolescents e do Minor Threat. Não podemos esquecer as Jezebels, lhe fazendo lembrar-se do punk dos anos 90, como L7 ou coisas mais recentes como The Donnas. Do Sul vem os Estudantes, com um incrível álbum, fazendo o Rio de Janeiro de hoje parecer a Califórnia dos anos 80 e eles soarem como o Black Flag. Também tem o Velho de Câncer, que só pelo nome da banda já vale o disco, que não decepciona, acrescentando originalidade por seus vocais de raiva e melancolia. Jogando a peteca para patamares musicais outros, temos GRU que com suas composições nos traz de volta as boas melodias do rock alternativo dos anos 90, como Lemonheads e em alguns momentos me faz lembrar power pop velho dos bons. É isso, uma década termina e outra começa, vamos ver o que os próximos dez anos nos aguardam em termos de som e formato.



Albums

Internacionais
V.A Matado por La Muerte
La URSS - Producto
The Shitty Limits – Beware the Limits
Boys Club - st
Wavves - Wavvves
Sedatives - st
Bernays Propaganda – Happiness Machines
Ratas Del Vaticano – Mocosos Pateticos
Lovvers - OCD Go Go Girls

Nacionais
Os Estudantes - Álbum
Split – Renegades of Punk/Mahatma Gangue
Velho de Câncer - st
EPs (nac/int)
GRU – Kitchen Door
Smart Cops – Cominciare a Vivere
Night Fever – New Blood
GG King – Adult Rock
The Bombettes – You Have No Chance
Juanita Y Los Feos - Angelines
Mayyors - Deads


Reissue
Death - For the Whole World to See

Demos (nac/int)
GG King – Last of the Night Wiggers Ruff
Skate Pirata – st
Jezebels - st

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

80's Spanish Punk


A Espanha é um país de grandes dimensões geográficas. E em seu porcesso de unificação violou vários limites culturais, unificando forçosamente povos de línguas (ou dialétos, dependende do seu ponto de vista) diferentes sobre a alcunha imperialista de Espanha. Regiões culturalmente distintas como a Galiza e o País Basco estão sobre o controle administrativo e político do Estado espanhol. O panorama do punk espanhol original é rico e deixou um legado que mesclava a influência do punk inglês de 1977 e Ramones com política de esquerda, sarcasmo, bom humor e muita polêmica. A pesar das bandas aqui apresentadas serem de regiões com línguas diferentes do espanhol, como o galego e o basco, os grupos sempre gravavam em espanhol, talvez como forma de divulgação. O punk feito na Espanha é um dos cenários nacionais que mais gosto, depois do inglês e norte-americano, por saberem plasmar para o castelhano o espírito punk sem parecerem anglófonos envergonhados de sua origem latina.


Siniestro Total (Galiza)




Siniestro Total é a minha banda favorita do punk espanhol dos anos 80. A banda é natural de Vigo, região da Galiza, onde se fala o galego, língua bem mais parecida com português do que com espanhol. A história da banda começa com a amizade colegial entre Julián Hernández e Alberto Torrado, quando no começo dos anos 70 compartilhavam o gosto por Beatles, Rolling Stones, Shadows e o glam rock da época, representado por Slade e o incrível T. Rex. No entanto, é somento nos anos 80 que o Siniestro Total irá ganhar os contornos que o fariam conhecido. Em 1981 ainda eram um trio formado por baixo, bateria e sintetizador, mas ainda nesse ano mudam para a formação clássica do punk, excluindo o sintetizador e incluiundo a guitarra. E é nessa forma que gravam um ep em 1982 pelo selo Discos Radioativos Organizados (DRO). O ep consegue uma vendagem que ficou entre quatro ou cinco mil cópias, uma cifra difícil de ser alcançada por um grupo independente na época. Com o dinheiro arrecadado com a venda do ep, custeiam a gravação de seu primeiro disco em novembro de 1982, com o título "Cuándo se Come Aquí?", retirado do quadrinho Lucky Luke. Em Madrid, gravam em três dias quinze canções para o LP e ainda uma música para uma coletânea de natal da DRO. O LP vende ainda mais que o ep e é até hoje um dos discos independentes que mais vendeu na Espanha. Com o sucesso alcançado pelo grupo são chamados para apresentação no canal Televisión Española, no prgrama Caja de Ritmos. Os apresentadores Carlos Tena e Diego Manrique pedem para a banda apresentar músicas inéditas e em cinco minutos Julián compõe "Mi Pica un Huevo" e Miguel cria "Sexo Chungo". Contudo não poderam apresentar as canções, pois no dia anterior Las Vulpes haviam tocado "Me gusta ser una zorra", causando uma grande polêmica nacional, que resultou na demissão do apresentador Carlos Tena. Posteriormente a banda reaproveitou as composições em outras gravações. "Cuándo se Come Aquí?" é uma obra prima do punk espanhol, viciante, combinando Ramones e sarcasmo em altos níveis, perpassada por política de  esquerda antimperialista em "Fuera las manos chinas del Vietnam socialista" e sexualidade adolescente patológica em "Las Tetas de mi Novia". O disco é um dos momentos altos do punk espanhol e mundial do anos 80, uma audição obrigatória para qualquer amante de música punk.

Las Vulpes (País Basco)




Las Vulpes foi uma banda polêmica em sua época e de curtíssima duração discográfica. Lançaram apenas um single em 1983 contendo duas músicas. Entre estas estava "Me Gusta Ser una Zorra", cantada em cima da base de "I Wanna Be Your Dog" dos Stooges. Foi essa múica a responsável pela polêmica que envolveu a banda, o canal Televisión Española, o jornal ABC e o Partido Democrata Popular (PDP). Em 23 de abril de 83 o grupo se apresentou no programa Caja de Ritmos, do canal sitado, e executou a canção do single. Pelo teor da letra, que traduzindo seu título seria Gosto de Ser uma Puta, o canal recebeu várias críticas, principalmente do jornal ABC e do PDP. Como desenlace da apresentação da banda no programa, que era exibido no horário infantil, o apresentador Carlos Tena foi demitido. Logo depois a banda acabou, deixando por vinte anos apenas um single como registro. Em 2005 voltaram e gravaram o disco chamado "Me Gusta Ser", logo em seguida se separando novamente. Assistam o vídeo da polêmica apresentação na TV e conheçam esse representante feminino do genuíno punk espanhol dos anos 80.

Eskorbuto (País Basco)




Eskorbuto, também do País Basco, são os responsáveis por um dos hinos máximos do punk espanhol, o clássico "Mucha Policia, Poca Diversión", contida em seu primeiro single de 1983. A história da banda atravessa polêmicas políticas, prisões e também morte de dois de seus membros originais por uso de heroína. Para quem pensa que lei anti-terrorismo é algo gestado na era Bush contra o povo árabe, precisa conhecer o Eskorbuto. Durante uma viagem para Madrid em 83 eles foram barrados pela polícia, que aplicou a lei anti-terrorismo pelo conteúdo da demo que levavam para divulgar. Temas como "ETA", referência a organização político-militar idependentista do País Basco e "Maldito País España" eram o suficiente para a polícia espanhola prender uma banda punk nos anos 80. Durante a prisão se sentiram abandonados pela esquerda basca, e como bons polêmistas que eram, deram a resposta no disco de 1984 "Zona Especial Norte" com a canção "A la mierda el País Vasco". Some a isso o não alinhamento ao chamado Rock Radical Basco da época e o roubo de uma guitarra do grupo também basco La Polla Records para se ter uma noção de como esse rapazes eram dóceis. Esse comportamento provocador trouxe problemas para a banda se apresentar em sua própria região. Seguiram lançado discos e splits e em 1992 a formação original encontra seu fim com a morte de Iosu Expósito (guitarra) e Juanma Suárez (baixo e voz). A banda nunca foi um grupo de músicos, mas com pouco souberam fazer muito e deixaram para a posterioridade canções como "Mucha Policia...", exemplo claro de que no punk rock mais vale uma boa pegada do que técnica musical.





Hasta la vista, baby!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Morreu Sandro, idolo do rock argentino, desde os anos sessenta



* Da Redação de http://www.senhorf.com.br/

O cantor argentino Sandro, “el Gitano”, morreu nesta segunda-feira, aos 64 anos, em Mendoza, em consequência de infecção contraída após transplante de coração e pulmão. Uma espécie de Roberto Carlos em versão erotizada, Sandro iniciou a carreira nos anos sessenta com temas mais roqueiros e, nos anos setenta, passou a cantar baladas e temas românticos.
Um dos artistas mais populares do país, Sandro lançou 52 discos, vendeu 8 milhões de cópias e foi responsável por sucessos sul-americanos como "Dame fuego", "Rosa, Rosa", "Quiero llenarme de ti", "Penumbras", "Ese es mi amigo el puma", "Tengo", "Trigal" e "Una muchacha y una guitarra" entre outros. Também participou de 16 filmes, cantou no Madison Square Garden e ganhou o Grammy Latino em 2005 por sua carreira musical.

"Yo me nutrí con el rock. Gracias al rock dejé las calles, las navajas y las cadenas, y agarré una guitarra. Dejé la campera de cuero y las pandillas. El rock me salvó. Me salvó de que fuera quizás un delincuente", disse Sandro, nascido Roberto Sánchez, sobre o início de sua carreira.