quarta-feira, 28 de abril de 2010

Igreja do Sexo: goth-punk entre o sombrio e a fúria

É muito gratificante quando a Web consegue lhe oferecer algo mais do que rede sociais, mensagens de 140 caracteres e spams.

Conheci a Igreja do Sexo pelo myspace quando eles tinham apenas seus arquivos de ensaio. Agora saiu um ep chamado Hall da Escória, pela Zorch Factory Records.

Depois da entrada e saída de integrantes o grupo voltou para sua formação original, um duo formado pelo casal Sonâmbulo (vocais, baixo e programação) e Rasputina (guitarra). A idéia inicial do grupo paulista era fazer um som mais punk na cena goth/dark wave e podemos dizer que em Hall da Escória eles conseguiram atingir seu objetivo. Em 2009 participaram do Brazilian Tribute To The Original TSOL, o que já deixa bem claro suas raízes no goth-punk.

Não bastasse a ousadia de "re-fundir" punk e goth, o Igreja do Sexo vai mais além e entrega para os ouvinte um surf-goth-punk em Surf Aliens, quebrando o limite das estéticas roqueiras.

Para quem tem medo de se arriscar musicalmente e criativamente, talvez a Igreja do Sexo soe punk demais para os guetos goths e gótico demais para a estreita visão de certos punks. A fusão de punk e goth quando bem feita consegue transitar seguramente na fronteira dos dois estilos e casar os elementos em comum, a fúria e o sombrio, sem perder a identidate, sem se tornar uma panacéia desconfigurada. O órgão que ambienta as músicas dá um toque especial ao som da Igreja do Sexo, o que me lembra um Los Reactors sinistro, uma espécie e killed by death do cemitério. No geral o som remonta as boas bandas punks dos 70 e ao goth original dos 80, onde UK Decay com certeza é uma referência.
 
 

Subjetividade e blogs

Depois de uma pausa de curto prazo, quase um mês, o blog volta a funcionar. E como nesse mundo da blogosfera 90% tende a ser uma expressão da subjetividade, dos gostos, "do querer", de quem escreve, os blogs acabam ficando reféns da subjetividade. E esta é feita de altos e baixos, e os blogs acabam tendo suas idas e vindas. Mas isso é só uma forma de lembrar que ele não está morto, apesar de ser refém da malcriada subjetividade.


Colagem de Raoul Hausmann, The Art Critic (1919-1920).