sexta-feira, 30 de julho de 2010

ZZ & De Maskers - Dracula (1964)



Dando prosseguimento a nossa arqueologia do punk rock voltamos aos anos 60, especificamente a Holanda no ano de 1964 e aos ZZ & De Maskers numa apresentação na TV. É nederbeat com espírito punk.

sábado, 17 de julho de 2010

MANIFESTO ROCK REGRESSIVO

10 teses contra o rock burocrático

1. O rock burocrático se manifesta sutilmente no emprego da expressão "amadurecimento musical" por parte dos críticos de rock.

2. O rock burocrático se caracteriza pela dificuldade de encerrar uma música e na compreenção erudita da música pop.

3. O rock burocrático é o resultado de experimentalismo mal digerido e pretenções intelectuais mal direcionadas.

4. O rock burocrático é germinado nas bad trips psicodélicas do final dos anos 60 e encontra no rock progressivo dos anos 70 seu tipo ideal.

5. O rock burocrático encara a garagem como estágio a ser superado. O punk rock é sua antítese.

6. O rock burocrático está fora das ruas. Ele é a tentativa de transformar o delinquente em letrado. De intelectualizar algo que é essencialmente instintivo.

7. O rock burocrático é a cooptação do rock pelo mundo da arte.

8. O rock burocrático é a essência do anti-rock e o fim do rock enquanto expressão anti-artística.

9. A arte da burocracia e a burocracia da arte se realizam enquanto expressão musical através do rock burocrático.

10. O rock burocrático é a vitória do neurônio sobre o hormônio, do intelecto sobre o físico, do adulto sobre o adolescente, do álbum conceitual sobre o compacto.
 
Lixo Jovem, 2010

Os Estudantes na MRR de agosto

Os cariocas do Estudantes sairão na capa da edição de agosto da Maximum Rocknroll, um dos mais antigos zines punks estadunidenses, na ativa desde o final dos anos 70. A foto que estampa a capa é do "fudido e xerocado" Mateus Mondini. Os Estudantes são responsáveis pelo mais interessante e melhor disco brasileiro de punk rock de 2009, seguidores que são da cartilha Black Flag, elevaram o punk nacional a um nível bem acima da média do que estamos acostumados a ouvir por aqui. Audição obrigatória! 

Lost in the supermarket: Utilidade pública

Recentemente a cadeia de lojas Americanas colocou a venda diversos discos interessantes por 9.99, um preço que não estavamos acostumados a ver depois do advento do mp3. Entre eles estavam o clássico de 1979 do Clash London Calling, Never Say Die do Black Sabbath, o último disco com Ozzy nos vocais e Elvis At Sun, com gravações do começo da trajetória de Elvis gravadas no lendário Sun Studio. Ainda destacaria bons discos dos anos noventa que entraram nessa "queima de estoque" como Vs do Peral Jam, o meu preferido de toda a discografia da banda de Eddie Vedder e Grandes Exitos en Español do Cypress Hillde, um dos grupos mais conhecidos do rap da Costa Oeste estadunidense. Não sei se ainda tem muitas cópias, na dúvida tente garantir o seu. Hasta la vista!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O futuro com guitarras ou Relembrando os anos 90

Revirando uns papéis encontrei esse texto (ou seria uma crônica) escrito numa tarde nublada de março de 2009. Segue o texto na íntegra.

Fui ao sebo e acabei saindo de lá com um exemplar da finada revista inglesa The Face. A edição é de 1996 e é interessante notar como as coisas estavam naquela época. Parecia senso comum que a música eletrônica tinha vindo para ficar e tomar o lugar do rock no coração e mente dos adolescentes espalhados pelo mundo. Acho que isso fazia parte daquela sensação “fin de siecle” tão afoita por novidades. Você sabe, futuro, tecnologia, carros que flutuam e claro que a música tinha que mudar também. Parecia que existia uma obrigação em muda-lá. Parecia que futuro e guitarras não combinavam para o senso comum de 1996. No final das contas, dá para entender a empolgação, afinal o rock vinha exercendo uma hegemonia sobre a garotada que absorvia cultura de massa desde o final dos anos 50 e vislumbrar algo novo era a ordem do dia. Mas se sobrava empolgação, faltava senso histórico. Quase meio século de influência musical não vai embora tão facilmente depois de um longo verão embalado por raves de vinte horas seguidas de música eletrônica. O resultado final é que, por mais que a música eletrônica tenha experimentado um ascenso nos anos 90, ela não conseguiu superar o rock em termos de influência cultural. Já no começo dos anos 2000 tivemos o Strokes e toda a onda do “novo rock”, que se estendeu até o final dessa década. Com a indústria fonográfica ainda se recompondo e tentando ajustar o seu business ao atual tempo histórico e o mp3 ocupando o lugar dos CDs via ipods e novos formatos, algo que os modernos de 1996 não conseguiram imaginar, parece que o futuro chegou embalado pelas velhas guitarras.














Ser moderno em 1996 era ser clubber, cuidado ai moçada das franjas.

O lendário Tamagotchi, lançado pela Bandai em 1996 no Japão. Será que um dia olharemos para o Ipod como hoje olhamos para o arcaico tamagotchi?